terça-feira, 4 de setembro de 2012

SAUDADES DE UM TEMPO FELIZ

     Saudades de um lugar em que realmente conheci a felicidade, eu e meus irmãos contávamos os
meses, dias, horas e ficávamos ansiosos para que chegassem logo as férias e pudéssemos curtir
tudo que a natureza poderia nos oferecer naquele lugar.
     Ah! Suspiro até hoje quando começo a me lembrar do nosso ranchinho chamado Adão e Eva no
Distrito Federal, recebeu esse nome por nos oferecer o paraíso, esse sim, era um lugar garantido da paz, harmonia e por que não perfeição¿ Nosso cantinho tinha de tudo, um pomar com diversas frutas que aguçávamos, saboreávamos nosso paladar, tão rica era aquela terra, não faltava alimento por ali.
  A sombra suave e fresca das árvores do cerrado era, sim, umlugar privilegiado, ali descansávamos, brincávamos e por muitas vezes, pegávamos no sono, a tranquilidade reinava principalmente embaixo dos pés de jatobás, por muitas vezes o meu sonho fazia parte da realidade, era só abrir os olhos e conferir tudo que o ranchinho nos oferecia como a diversidade de cores e flores, imperando principalmente as cores das frutas, tais como: verde, amarelo, vermelho, laranja, um verdadeiro arco-íris em um reino escondido.
     Nossa casa era feita de adobe e o telhado era feito de palha de coqueiro, havia somente três
cômodos, havia no canto da cozinha uma mesa de madeira e do outro lado um fogão à lenha. Ah!
Não posso esquecer de falardo vigia da casa, era um facão pendurado na parede, na verdade eu
morria de medo de um dia ele ser usado, ainda bem que nunca foi necessário, podíamos dizer que
fazia parte da decoração humilde da casa . Nas noites de lua cheia reuníamos todos pra contar
causos, essa parte era a melhor, pois era engraçado demais ouvir histórias aterrorizantes, até pouco tempo acreditava em tudo que me contavam. Hoje já estou velha e saudosa do meu lindo ranchinho que faz parte do Distrito Federal, que hoje é Planaltina, o progresso chegou e nos aterrorizou, nos engoliu. Bom, eu ainda moro em Planaltina, mas não no meu ranchinho, pois se tornou apenas um casebre que faz parte da periferia da cidade.
     É o bicho homem conseguiu! Com máquinas derrubou as árvores e plantas nativas e poluiu o rio que mais apreciávamos, que preenchiam nossas tardes com refrescantes memórias que jamais deixarei de lembrar, mas choro de tristeza por saber que onde há bicho homem pode haver destruição, mas eu não faço parte desses ,não! Colaborei com o mundo com diversas ações, fiz parte de um grupo que reciclava o lixo para sobreviver. Temos que repensar que bicho homem tem sim, coração, mas falta mesmo é conscientização.
   Texto baseado na Entrevista de Maria Rodrigues Guimarães, 92 anos.

Autor: João Paulo, aluno do 8° ano.

Nenhum comentário:

Qual será a nova chapa que representará o Grêmio Estudantil de 2010?